terça-feira, 8 de abril de 2008









Atlético x Nacional

Parece que todas as mentes e todos os corações se encontram angustiados com os próximos desafios do Galo. Tupi – no final de semana – e Náutico – na próxima fase da Copa do Brasil. Se esqueceram do Nacional de Garanha. Nacional este que não venceu o time do Atlético por detalhes, na primeira partida desta fase do torneio, disputada em Manaus. Partida que esses mesmos corações e mentes davam como certa a classificação antecipada, esperando apenas pelo placar. Quatro, cinco, seis gols de diferença. Mas, pra decepção desta torcida cega de esperança – que acredita que o time está embalado (mesmo perdendo tantas partidas na primeira fase do campeonato mineiro) e que é muito superior ao time do Nacional (que está na Série C do futebol nacional!, mas em que divisão se encontra o Social ou o Democrata?), o time conseguiu um empate heróico(?) no final do jogo, num lance isolado, jogando um futebol ridículo e completamente aquém de um clube tradicional e agora centenário.

O momento é dos mais delicados. O treinador, que ainda não provou a que veio e não conseguiu dar um padrão de jogo a uma equipe que joga junto há pelo menos um ano e que já começou seu trabalho desgastado com a torcida (que tem TODA razão pra isso), muda bastante o time mas – sem que algum de seus comandados esteja inspirado – acaba não conseguindo vencer adversários fracos, que não são nem a sombra dos times que o Galo terá pela frente no segundo semestre.

A torcida, insatisfeita com o time, se esquece que este mesmo time é o que enfrentará o Nacional nesta quarta-feira. Um time de altos e baixos. Mais baixos que altos, até o momento. Um time com desfalques. Um time sem conjunto. Um time ainda sem poder utilizar os novos contratados, sejam eles bons ou não. Enfim, um time que precisaria de todo tipo de apoio pra vencer o adversário, o “fraco” Nacional. Sem o apoio em massa da torcida – o Mineirão quase se transforma em campo neutro com baixos públicos – o jogo tende a ser difícil. Não faz tanto tempo que o Galo enfrentou o Avaí pela Copa do Brasil com um público pequeno. O resultado foi um magro um a zero. Suficiente pro Galo se classificar amanhã, mas bem diferente dos placares elásticos imaginados por grande parte da torcida.

Não é o momento de pensar no futuro. O jogo de amanhã é crucial pras pretensões do Atlético neste primeiro semestre. Um time que se classificou pras semifinais numa vergonhosa terceira colocação. Um time que ainda não engrenou. Um time capaz de perder partidas inimagináveis dentro e fora do Mineirão, até o momento. A torcida não deveria esperar pra sábado pra comparecer ao estádio. Os torcedores estão agindo tolamente. Como diria Jonathan Swift (poeta irlandês): "São poucos os que vivem o presente; a maioria aguarda para viver mais tarde". Ou ainda, como diria Énio (poeta romano): "Ninguém olha para o que tem diante dos pés: todos olham para as estrelas". Antes de Palmeiras, Internacional, Botafogo, Corinthians ou Grêmio – antes mesmo do Náutico – é preciso encarar o Nacional. Esperamos que não seja uma quarta-feira de cinzas e sim de esperança e de bons augúrios pra esta Copa do Brasil...

Um comentário:

Rodrigo Ávila disse...

É Castello, concordo com suas palavras. O time do Galo está aquém até do time dos 99 anos, aquém inclusive, do time que subiu da série B.
Vou hoje ao campo esperando um jogo difícil, até porque sou Atleticano desde que nasci e sendo assim, sei que nada para o Galo é fácil.
Só faço uma observação. Às vezes é melhor uma torcida menor em campo, mas que esteja ciente da mediocridade do time, porém disposta a apoiar o Galo nos 90 minutos, do que 50.000 torcedores vaiando e atrapalhando os já pernas de pau.
Tem que cobrar desse time? Claro que tem. No intervalo e no final do jogo, além de, claro, nos dias posteriores aos fracassos.
Em campo é GALO ATÉ MORRER.
90 minutos apoiando.
"Torcida é coração, simpatizante é maria, nunca foi ao mineirão."
Quem ama, sabe das fraquezas do Ser amado, mas NUNCA deixa de acreditar nele, mesmo que - nos momentos certos - seja preciso cobrar.