sábado, 15 de março de 2008

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UM ALEMÃO ALVINEGRO

Todo cenário preparado, mais um grande clássico. E este grande momento chama a atenção de pessoas de todo o mundo. Johann um alemão da cidade Freiburg im Breisgau, visitando o Brasil, é conhecido da minha família há muito tempo e juntamente com sua esposa brasileira queria conhecer o Mineirão, palco único do meu Galo. Como era dia de clássico, nada melhor para além de mostrar o estádio, mostrar a massa alvinegra em ação. Lá fomos, Johann, sua esposa Ângela, tio Olavo, minha namorada e eu.

Ao chegar ao Gigante da Pampulha, tive uma grande surpresa, Ângela queria assistir o jogo do lado rosa, por simpatizar com o azul, notem o verbo “simpatizar”. Como não poderiam ficar sozinhos, Tio Olavo teve de sacrificar, falo isso porque ele é atleticano de corpo e alma, mas graças a Deus imune a “desvios de conduta” (sic). Sabia que o pobre alemão iria decepcionar, mas não insisti e lá se foram o pobre Tio Olavo e demais. Minha namorada e eu fomos ficar junto com a massa mais empolgante do mundo.

O jogo rolava e o que se via era o óbvio: Show da torcida atleticana e marasmo azul/rosa, pensava no sofrimento do meu tio e na desilusão de Johann, pois acostumado ao canto frenético da torcida alemã, via o agito no lado correto do “Minera”, o preto e branco cantava o tempo inteiro e sempre abafava o som da torcida fantasma. No intervalo, liguei para o tio Olavo e perguntei como estava indo a situação e como era de se imaginar, estava péssimo, ele relatou que nunca tinha visto na sua vida tamanha “passividade” (sic) da torcida fracassada azul e que queria vir para o lado poderoso do estádio, porém o dever de acompanhar o alemão não o permitia e lembrando disso questionei como estava o pobre homem, só um adjetivo demonstrava tudo: desanimado.

Segundo tempo, habitual massacre da empolgante torcida do galo e ao terminar a partida nos encontramos próximo ao Mineirinho. Meu tio só faltava vom....(ops...desculpe o linguajar) e o desiludido Johann estava triste e no pouco do português que falava, resmungou o seguinte: “ Podre”. Explico, essa palavra é sempre dita por mim, quando alguma cena bizarra acontece. Ao acompanhá-lo ao aeroporto, prometi a ele numa próxima oportunidade, levá-lo para assistir uma partida ao lado da massa. Ficou claro para todos nós, que esse alemão de alma brasileira, ao voltar para sua cidade na Alemanha, tem um novo time em sua vida, Clube Atlético Mineiro, pois ficou gravado em sua memória o canto alucinado de nossa torcida.

Dá-lhe Galo !

Ps: Crônica dedicada ao Johann ( alemão alvinegro ), Sara e Marcelo ( colegas de classe )

2 comentários:

Michele Macena disse...

Nossa! Que lindo!!!!
rsrs....

me emocionei, de verdade...

Anônimo disse...

bom blogue, quase tão bom como o meu...