sexta-feira, 9 de maio de 2008

O MESMO CLUBE, OS MESMOS ERROS...

Eu fui um dos que apoiei Ziza Valadares. Que cheguei a pensar que seria diferente. Porque ele nas piores passagens do Atlético na Série B, sempre colocou a cara pra bater, nunca se escondia. Então quando surgiu como presidente, parecia que a coisa ia mudar de figura. Mas o que vemos, é apenas o continuismo dos erros do passado. Bertrand Russel dizia “Pra que cometer os mesmos erros, se há tantos novos para escolher?”

O ano do Centenário, já começou mal. Quando anunciaram Gallardo como possível reforço, já tinha uma prévia de que coisa boa não iria vir. Depois, chega Geninho. Um técnico que sobrevive com apenas 1 título na vida. E então Marques, ídolo do passado, carregado nos ombros por parte dos torcedores.

É preciso parar de viver do que já passou. ÉPOCAS PASSAM. Aprender a aceitar isso, é sinal de evolução. O Atlético, desde a experiência de Jorginho em 1997, virou uma espécie de “central de repouso de ex-jogadores em atividade”. E a cada Petkovic que chega, uma nova esperança...

É preciso aprender. É preciso parar de brincar de fazer futebol. Tratar futebol como circo. Se profissionalizar.

Exemplos certos de que o Atlético e o atleticano não aprenderam, foi a queda pra Série B. Quando isso acontece, o lado bom é que o clube que caiu, sempre volta mais forte, como o Palmeiras de 2003. Voltou no ano seguinte, e nunca mais rondou a zona de rebaixamento. Hoje tem uma estrutura forte, uma parceria consolidada. O Botafogo, companheiro de jornada do Palmeiras, tinha um futuro obscuro antes de 2003. Após a volta assumiu Bebeto de Freitas, sanou dívidas, limpou o clube. Hoje o Botafogo voltou a ter respeito nacional. O Grêmio, fruto de uma administração incompetente, caiu em 2004. Voltou e em 2006 era finalista da Libertadores. O Fluminense, precursor de todas as crises envolvendo os grandes do Brasil, chegou ao fundo do poço em 1999 ao disputar a Série C do Brasileiro. Hoje está nas quartas de final da Libertadores, com reais possilibilidades de título. Estes times aprenderam...

E o Atlético? Aprendeu o que?

Voltou em 2007, fez uma campanha pífia no Brasileiro. A diretoria apostando em Zetti, Lúcio Bala... É preciso parar de pensar pequeno. Parar de pensar em ser um clube “para estar na Libertadores”, parar de fazer torcedor de idiota. E o torcedor principalmente, parar de deixar ser feito de idiota. Deixar de carregar nos ombros um “ídolo” de 10 anos atrás. Deixar de sonhar com contratações como Gallardo e Dida. Bons jogadores? Inegavelmente todos eles FORAM! No passado! Não são mais.

O clube mais profissional do Brasil na atualidade, se chama São Paulo Futebol Clube. Nunca, na minha curta história de futebol (desde 1991 aproximadamente) ouvi falar de uma crise no Morumbi. Nunca ouvi falar em desvio de verbas, salários atrasados e principalmente de times formados com base em ex-jogadores em atividade. O clube, três vezes campeão mundial, poderia muito bem repatriar alguns dos seus “ídolos” recentes para compor novamente o elenco. Seria legal ver de novo o Cafu com a camisa tricolor. Após a conquista do título em 1992, metade do time foi renovado a pedido do técnico Telê Santana. Porque? Os jogadores não precisavam mais da camisa do São Paulo. Não tinham mais que provar nada pra ninguém, eram os melhores do mundo. O relaxamento era natural e Telê percebeu isso. Resultado da renovação: mais um mundial em 1993!

Receitas de sucesso, devem ser copiadas. É preciso ter humildade em reconhecer isso. Copie os bons e você será bom. O Cruzeiro percebeu a tempo o estilo São Paulino de se fazer futebol. E tratou de copiá-lo. O time do lado de lá, tentou ano passado repatriar um ídolo antigo: Ricardinho, maior vencedor do clube voltou em 2007. Tentou também trazer de volta um técnico campeão: Paulo Autuori...todos se lembram do resultado. Já dizia um velho ditado, “Águas passadas não movem moinho”... No caso do futebol, não garante lucro para o clube. O Cruzeiro, ao invés de apostar no “ídolo” Ricardinho, preferiu Ramires. Que em caso de saída, vai encher os cofres do clube. Continuando com o “ídolo”, a despesa só ia aumentar.

Sinceramente, se continuar no mesmo nível, o futuro do Atlético é preocupante. Diferente daquele escrito por mim mesmo no post “Uma Carta do Futuro”. Precisamos mudar o nosso presente, pra construirmos um futuro decente. E pra isso, precisamos ter a humildade de reconhecer nossos erros, e mudarmos nossa postura enquanto torcedores. A diretoria nem se fala. O futuro recente me preocupa. Mais uma queda pra Série B em 2008, seria demais pro clube, já tão desgastado. E do jeito que vamos, isso não está muito longe de acontecer...

Alexandre Silva

3 comentários:

Rafael Castelo Branco de Oliveira Torres disse...

Infelizmente é assim mesmo. Eu também apoiei o Ziza. Defendi inúmeras vezes até o final do ano passado. Mas ao ver a falta de visão e a teimosia em contratar Geninho pro centenário, foi-se o respeito.

Os erros estão sendo todos cometidos novamente. Pelo menos dentro das 4 linhas. Sem mudanças, nada restará em algum tempo.

Precisamos de seriedade, mas também de um pouco de audácia e - principalmente - de conhecimento técnico. Pessoas que entendam do riscado.

O amadorismo não tem mais vez no futebol. Há tempos. E o Galo ainda vive disso.

Espero que algo aconteça de bom pra nós. Porque está muito difícil...

Anônimo disse...

O quesito "ousadia" é um dos principais a serem avaliados em um administrador. Pode-se posicionar os administradores em uma linha. Um de seus extremos é o da ousadia extrema, insana, a qual rarissimamente funciona, sendo que o caso geral é o fim ou quase fim daquilo que eles gerenciam. O outro é o da timidez, do conservadorismo, do medo, que é ainda pior. Por quê? Quando se corre um risco, há uma chance de dar certo, quando não, nada acontece, tudo continua na mesma, e sua marca some.

Esse último caso é o que acontece no Atlético, sob o comando do Ziza. Este tal Luiz Otávio é um administrador medroso, mas conseguiu fingir uma certa coragem durante a Série B, e essa falsa imagem o levou à Presidência. Emquanto for ele, ou enquanto ele continuar assim, é muito difícil algo realmente bom ocorrer. Ele sente tanto medo que tem pavor até de delegar tarefas para os departamentos, achando que é insubstituível, e ficando com a missão impossível de gerenciar do início ao fim algo tão grande como o Galo. É preciso correr alguns riscos. Com inteligência, alta possibilidade de retorno e boa elaboração de como cobrir os custos, caso alguma coisa falha.

Assim, ele poderia ter montado um elenco melhor, ter trazido um técnico melhor. E procurar algum profissional muito forte no mercado do marketing (já que os caseiros estão ruins), explorando assim a paixão do torcedor alvinegro.

O Galo é um time de raça, e por isso o Ziza não dá certo. Ele não joga com raça no impiedoso mercado esportivo.

Casa do Baile disse...

Tô desesperado.
Fato.
Entrei em pânico ontem com a fraquíssima apresentação do Galo. Mas acho que não são só as apresentações, o câncer é mais profundo... Está nos ossos, nas estruturas, roendo, destruindo.
Meu temor pelo futuro é tão desesperador que nem sei mais dar soluções.
Fico triste ao ver alguns torcedores ainda questionarem "quem no lugar do Geninho", basta de mediocridade, medo de arriscar e amadorismo.
Saudações Atleticanas.