terça-feira, 27 de maio de 2008






Galo x Genérico


Fui a Arena neste final de semana. Entrei no meio-estádio com o povo pouco antes da partida se iniciar. Como sou meio paranóico, queria estar lá pelo menos uma meia-hora antes. Mas esteve bem. Não chegamos atrasados e no final não tivemos problemas pra entrar. Busquei minha posição no estádio de forma a não ficar muito atrás dos postes que não deixam ver o jogo. Mesmo assim, acabei perdendo o lance da infantil expulsão do Eduardo. Maldito refletor. Quando terminarem o estádio com o dinheiro que não têm, aí eu deixo eles falarem bastante sobre essa obra moderna e bonita. Por enquanto é só um estádio que falta acabamento em alguns setores e que tem esse enorme defeito de tirar a visão do público. Mas a imprensa adora falar bem. Politicagem e cafezinho fazem sua parte.

Bem, voltando ao jogo. Que o Galo tinha um problema crônico no que tange a condição física dos atletas eu já sabia. Chegam atrasados nos lances (como no lance do gol), acabam cercando demais e roubando menos bolas do que poderiam, errando passes e finalizações (ou perdendo bolas) quando correm demais... Falta fôlego. Parabéns a diretoria que contratou uma comissão técnica que propiciou essa qualidade toda no ano do centenário. Agora, o que eu ainda não tinha visto de tão perto, de forma tão evidente, é a saída de bola do time. Horrível!

O Galo precisa urgentemente arrumar a saída de bola. A reposição do Juninho é tenebrosa. O goleiro enfia um chutão pra frente, quase como se chutasse de olhos fechados. A bola sobe (na maioria das vezes. Em algumas ocasiões ele “espirra o taco” e a bola cai no pé do adversário ainda no campo de defesa alvinegro e causa um “Deus nos acuda”) e os altos jogadores do Galo no setor ofensivo como Pet, Danilinho, Almir, Marques vão disputar essa bola com os zagueiros do time adversário. Maravilha! No caso específico da partida na Arena, Juninho chutava pra frente e a bola voltava logo em seguida. Era como se chutasse a bola numa parede. Algo completamente ineficaz. Dava vontade de entrar em campo e gritar com ele pra que parasse de fazer isso, pois o adversário ficava com a bola em todos os lances. Talvez devesse ter feito isso mesmo. Enfim, segue o problema.

Os laterais, quando recebem a bola, ficam isolados. Nem meia, nem volante, nem atacante encosta pra receber. O Coelho até tenta uns dribles, mas vai passar o time inteiro? O Calisto (que jogou bem) então, antes do Marques entrar, nem apareceu no campo ofensivo. Quando o Marques entrou, o time caiu todo pro lado esquerdo e faltava alguém perceber que, muitas vezes, o Coelho tinha um corredor livre pela direita. O time passa de forma lenta. Não tem visão de jogo. E passa mal.

Os volantes, quando recebem a bola, avançam com ela sem ter pra quem tocar. Acabam perdendo a bola logo na frente. Especialidade do Márcio Araújo nesta função. O time não se desmarca, os jogadores ficam parados, quem está com a bola acaba por não saber o que fazer com ela. Enfim, o time está visivelmente mal treinado. Primeiro jogo do Gallo, a culpa não é dele (coitado!) e ele terá MUITO trabalho pra arrumar o time.

O gol do Eduardo, pra mim, prova que ele merece permanecer no time. Não que seja craque. Sequer um bom jogador, por ora. Mas, pelo menos, sabe se posicionar na área, tem algum porte físico e faz gols. Além de ser prata da casa, o que significa que pode render algum dinheiro pro clube. Mas precisa de muita tranqüilidade e de menos afobação pra ser um centro-avante digno de vestir a camisa do Atlético.

Por fim, ainda não descobri a função do Almir em campo. Ele prende demais a bola, não arruma nada e ainda perde a bola em quase toda jogada. Por sorte, arrumou a falta do gol. Mas não tem a menor condição de jogar no Galo. Pelo menos por enquanto. Veremos se o Gallo descobre uma função pra ele.

O empate foi um resultado bom, levando-se em consideração que se jogava fora de casa, na estréia do novo treinador (depois do desastre da passagem do furacão Geninho) e da expulsão do Eduardo. Porém, o Galo esteve na frente no placar, teve chances de ampliar e o time da casa era terrível. Então, foi bom, mas nem tão bom assim. Apenas dentro das circunstâncias, mesmo. Agora é o time treinar (e muito!!!) pro jogo contra a Lusa. O Galo precisa da primeira vitória no campeonato.

Agora é a hora do Galo e do Gallo fazerem seu futuro. Trabalhando a cada dia. E muito. E sempre. Porque é preciso e porque não há outra opção. Aproveitando cada minuto. Aproveitando o tempo presente. Como disse Schopenhauer (filósofo alemão): “Só o presente é verdadeiro e real; ele é o tempo realmente preenchido e é nele que repousa exclusivamente a nossa existência”. Então, agora o time não deve ficar pensando mais no jogo passado, nem no que ocorreu antes. Tem que trabalhar e muito se concentrando no próximo jogo.

P.S.: Abraços a todos que estiveram comigo no jogo da Arena. Gutto, Renata, Dona Lenir, pessoal da Galotiba e todos os atleticanos que cantaram e gritaram muito no meio-estádio.






















(Foto tirada antes do jogo, num bar, com a torcida Mancha Verde, do Palmeiras).

Um comentário:

Casa do Baile disse...

Graças a Deus não fui o único que achou o time do Galo horrível e o fake mais horrível ainda.
Também acho que temos como mudar e que para isso basta treino.
PNC Geninho desgraçado!
Ziza FDP!
Desculpe, difícil me conter.
Mas é bola pra frente... E que seja sem os chutões do Juninho.
Por ora, Rodrigo Ávila e Casa é a mesma pessoa. Leitor assíduo e sempre comentando no Blog.
E dá-lhe nós e dá-lhe Galo!