sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Bem Aventurado Luis Otavio Mota "Ziza" Valadares

O texto abaixo é da coluna de José Sana:

José Sana: “Bem-aventurado São Luiz Otávio Ziza Valadares” Acabar com o time ou o clube não é um projeto tão ruim para a imensa torcida apaixonada. Como se vê, teremos o fim do futebol em Minas Gerais. Sobraria o Cruzeiro Esporte Clube, cuja paixão sucumbirá também, por falta de rival

Amigos, Luiz Otávio Ziza Valadares foi, ou melhor, é o maior presidente do Clube Atlético Mineiro em todos os tempos. Ele foi escolhido pelo destino para fazer aquilo que muita gente não gostaria de fazer: acabar com um clube adorado pelo povão.

O destino entendeu que essa paixão desesperada não faz sentido dentro da lógica da vida e escolheu o ex-político para tomar as medidas cabíveis e indispensáveis com o fim determinado, funesto e fatal.Imagine você, caro leitor, sendo convidado pela Rede Globo de Televisão para desempenhar um papel numa novela das oito. É o seu sonho, você deve ganhar muito dinheiro e ficar famoso.

Recebe a proposta e vacila na resposta. Por quê? A questão é a seguinte: você tem que fazer o papel de vilão e poucos assumem missão tão detestável.Mas Ziza, não. Convidado a afundar o Galo, no ano de seu centenário, ele nem pensou duas vezes. Segundo as vozes mais bem informadas, teria dito: “Topo e vou fazer da melhor maneira possível”.Conheci Ziza pessoalmente quando ele era vereador do antigo e combativo MDB na capital mineira.

Ele se projetou para o cenário estadual, elegeu-se deputado e daí foi levado até a ser presidente da Usiminas. Para encerrar o seu ciclo de glórias, enfiaram nele a túnica de presidente do Galo. Na sua juventude, jogou na ponta-esquerda do time que brilhava no Horto. Esta era a justificativa de transformá-lo num presidente com missão inesquecível.


Este ano está demorando a passar para Ziza Valadares. O seu objetivo sagrado é rebaixar o time para a Série B. Mas ele corre o risco de não conseguir. É que existem outros times ruins também e ele terá que se esforçar um pouco mais para alcançar a epopéia. Santos, Fluminense, Ipatinga, Náutico, Portuguesa e outros ameaçam a tarefa indigna ou digna do presidente atleticano.

Aliado ao treinador Marcelo Oliveira, ele já ordenou: “Não tire o Edson do gol”. Sabendo que Edson não sabe se colocar bem e, assim, não dá tranqüilidade ao time, confia em seus frangos e em outras falhas desastrosas. Também curte o Rafael Miranda como o segundo pior jogador do esquadrão. Para que não desconfiem dele, mantém alguns outros, medianos, para que a torcida não insista em ficar fora do estádio. Ela tem que assistir a anti-epopéia particada por seus galhardos atletas.

Até agora, o treinador não disse para os jogadores: “Entreguem o ouro ao bandido!” Não fez isso porque sabe que não é preciso. Marcelo foi um ótimo atacante, que tabelava com Reinaldo em tardes delirantes no Mineirão. Ele marcou seu tempo no ataque alvinegro. Agora não quer sujar o nome e contar o que o Ziza está esperando de todos — que façam feio. Pra quê exigir se o time está cumprindo o seu dever?


Acabar com o time ou o clube não é um projeto tão ruim para a imensa torcida apaixonada. Como se vê, teremos o fim do futebol em Minas Gerais. Sobraria o Cruzeiro Esporte Clube, cuja paixão sucumbirá também, por falta de rival. Ninguém fala mais a verdade sobre isto que não seja o Feliciano de Almeida Brugnara, diretor do jornal O Passarela, de Itabira, cruzeirense nato e hereditário: “O Atlético depende do Cruzeiro e vice-versa; faltando um, o futebol de Minas cairá no vazio”, repete constantemente.

Mesmo sendo cruzeirense de papo amarelo, ele é consciente e não diz bobeiras como alguns fanáticos lambedores de rapadura que existem até na minha família. Aliás, na minha família, a Sana, acreditem ou não, só tem um torcedor celeste. Não vou dizer o nome para não dar corda a esse sujeito, que precisa, urgentemente, deixar de ser jeca-tatu.E quem deixará de ser bobo será o atleticano, antes de tudo.

Graças a Ziza Valadares, estão os galáticos se afastando dos estádios. Nossos filhos ou netos ou bisnetos não vestirão mais camisas de 1908 ou 2008. Chega de sofrer! A Ziza devemos este favor.Sugiro que, para compensar o sacrifício do papel exercido pelo presidente do Galo, que só fez coisas erradas em 2008 por imposição do destino, que criemos um título para o dirigente.

Ele será o Jesus Cristo ou o Buda ou o Maomé da religião atleticana, mesmo sendo considerado hoje mais um Judas ou um Satanás pela torcida desesperada. Vamos agora redigir uma bíblia. O capítulo ou o versículo mais interessante ficará assim redigido: “Todos os que foram vítmas do Ziza em 2008 têm o direito ao Céu e estão livres do Juízo Final”. Porta aberta com a aprovação de todos os santos.Bem-aventurado, então, São Luiz Ziza Valadares! Que Deus não retribua a ele o martírio que impôs à torcida, ao ser o maior vilão da história de um tradicional clube terrestre, o ex-Clube Atlético Mineiro. Amém.

http://www.defatoonline.com.br/colunistas.asp?col=1&id=14783

3 comentários:

Anônimo disse...

O texto do nosso amigo J. Sana é uma belíssima amostra de como a tristeza profunda que assola os atleticanos apaixonados os faz pintar quadros da situação. Ultimamente, eu só consigo fazer réplicas do quadro "O grito", do Munch, todos vestidos com a camisa do Galo. Dias melhores virão porque a morte pode ser o segredo dessa vida.

Anônimo disse...

hauahaua muito bom:p

a parte II do conto foi postada:) espero que goste:)

Unknown disse...

O texto é bacana. Não precisamos de elucubrar, teorizar muito sobre o nosso messias as avessas - Ziza Valadares. Fazer o Galo dar certo tá virando promessa de campanha igual a acabar com a seca no Nordeste e fazer com que o Brasil investa de fato em educação. Quantos presidentes não chegaram com o discurso pronto: Vamos sanear o Atlético. Quem precisa de saneamento é vila, favela que tem esgoto a céu aberto. Essa ladainha remonta desde os tempos do Grande Paulo Curi (rs...rs...) e cia.
Enquanto o Galo entender que essa bando de picareta precisa mais, mas muito mais do Atlético do que o contrário, vamos ver o mesmo filme se repetir. As vezes pagamos caro por essa paixão desmedida e nos tornamos "homens" de malandras.
O Galo só terá solução quando for literalmente da e para a MASSA com sócio torcedor de verdade e não sócio esmola que só contribui para perpetuar essa podridão. Queremos ser sócio do time de Futebol que se dane o clube social. Queremos votar, queremos participar. Eternizam a camisa 12 em homenagem a MASSA e o que temos de verdade? Pagamos ingresso, vamos aos jogos e mais nada. Isso é muito pouco. Há tempos as pessoas que comandam o Galo usam a torcida de forma mesquinha, bem na política pão e circo. Só que o circo perdeu a graça faz tempo, muito tempo